- Canalhas políticos europeus, impregnados de russofobia, fogem às suas responsabilidades quando histericamente retratam a Rússia como uma ameaça para o resto da Europa. Precisam de o fazer para justificar a sua exigência de militarizar as economias europeias, promovendo uma agenda de guerra contra a Rússia.
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Os dirigentes elitistas da União Europeia são a prova do ditado consagrado pelo tempo de que a guerra e o militarismo são uma fuga conveniente aos problemas internos.
E a União Europeia, bem como os seus seguidores, como os valentes britânicos, têm uma abundância de problemas intrínsecos e estruturais que equivalem a um colapso político. Ao longo de décadas, o bloco europeu de 27 membros evoluiu para uma estrutura super-estatal centralizada, em que as decisões políticas se tornaram totalmente dissociadas das preferências democráticas dos seus 450 milhões de cidadãos.
O nosso colunista, Ian Proud, num artigo recente, explorou a forma como a UE se perdeu da sua visão original como uma associação amigável de vizinhos europeus para uma burocracia pesada e sem reação, fixada na conformidade ideológica até ao âmago.
Como Ian Proud comenta: "A única razão de ser da União Europeia parece ser a derrota estratégica de um país vizinho - a Rússia - apesar dos enormes custos políticos e económicos para os cidadãos europeus, a quem é negado que digam uma palavra devido a uma propaganda avassaladora."
Acrescenta ainda esta nota de precaução: "Uma centralização cada vez maior dos poderes na Europa fará inevitavelmente com que os Estados membros se sintam privados de direitos devido à perda de soberania e ao ataque à sua identidade. Isto vai continuar a provocar a dissidência política e a pressão para a desintegração, a que já assistimos na Alemanha, em França, na Hungria e noutros locais".
Muitos outros observadores consideram que a UE caminha para um colapso sistémico nos próximos anos, devido a uma combinação de poder político concentrado no topo, défice democrático, mal-estar económico e um Estado hiper-militarizado, embora ineficaz.
Numa tentativa desesperada de compensar a sua condição de estagnação, os burocratas e líderes políticos do bloco europeu (com algumas honrosas excepções) estão a procurar a sua sobrevivência política falando imprudentemente do medo de uma guerra com a Rússia. Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia e filha de um político alemão ligado aos nazis, quer que o bloco aumente o seu orçamento militar total para 800 mil milhões de euros. Este militarismo vai privar a economia civil de recursos essenciais e de serviços públicos. O objetivo oculto é tentar impulsionar o fraco crescimento industrial da UE. Fazer da Rússia o bode expiatório e falar de uma guerra iminente é uma forma prática de justificar este militarismo insano, em vez de tratar das causas profundas do mal-estar económico, como o desperdício de milhares de milhões numa guerra por procuração na Ucrânia e a explosão de gasodutos da Rússia.
Esta semana, os chefes militares europeus de cerca de 30 nações reuniram-se na sede da NATO, em Bruxelas, para solidificar a chamada "Força de Reafirmação" para a Ucrânia. Significativamente, os americanos estiveram ausentes. O secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, também não compareceu ao Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia em Ramstein, na Alemanha, realizado na sexta-feira.
Enquanto a administração Trump está a dar prioridade à diplomacia com a Rússia para pôr fim ao conflito que dura há mais de três anos na Ucrânia, os europeus parecem desesperados para minar qualquer iniciativa de paz, falando da "defesa militar" da Ucrânia.
Os europeus estão a fazer uma charada cavalheiresca ao retratarem-se como uma "coligação de vontades" a apoiar qualquer acordo de paz que Trump e o Presidente russo, Vladimir Putin, possam vir a fazer.
Na semana passada, militares britânicos e franceses reuniram-se com os seus homólogos ucranianos em Kiev para discutir o envio de tropas, supostamente para apoiar um eventual acordo de paz. A cidade portuária de Odessa, no Mar Negro, foi uma das localizações apontadas para um contingente anglo-francês.
Isto não passa de um disfarce cínico para preparar uma intervenção militar da NATO na Ucrânia, o que inevitavelmente desencadeará uma escalada da guerra para um nível internacional extremamente perigoso. A Rússia já advertiu amplamente que as tropas europeias enviadas à Ucrânia, mesmo como supostas forças de manutenção da paz, serão tratadas como combatentes. Assim, coronéis europeus fantoches, cumprindo as ordens de políticos igualmente arrogantes, estão a apostar numa Terceira Guerra Mundial nuclear.
Ao invés de deixarem a diplomacia seguir o seu curso, os líderes europeus estão determinados a interferir e a exacerbar a situação. Tudo isto por causa do seu desejo covarde de parecerem relevantes e críveis.
Esta atitude é motivada por vários factores: como já foi referido, as tensões políticas internas da UE (e da Grã-Bretanha), a apreensão dos líderes em relação a uma reação populista contra a estrutura centralizada e em morte cerebral, e o mal-estar económico dos membros europeus, em particular da Alemanha.
Grande parte da crise foi auto-infligida pelos políticos europeus que seguiram servilmente a agenda da administração Biden para incitar uma guerra por procuração na Ucrânia contra a Rússia - com consequências ruinosas.
A Rússia praticamente ganhou a guerra, uma vez que o regime de Kiev se debate com a corrupção desenfreada, a repressão e o despotismo do presidente fantoche Zelensky, bem como com a devastação do campo de batalha no leste do país. As forças russas estão a arrasar o exército da NATO e a devastar as montanhas de armas militares que os EUA e a Europa despejaram na Ucrânia.
A administração Trump admitiu a futilidade da guerra por procuração e está a tentar compensar as enormes perdas financeiras e militares através de uma diplomacia há muito esperada com a Rússia. Não é o caso dos europeus elitistas, que não se podem dar ao luxo de admitir as suas maquinações criminosas na Ucrânia. Estão em negação.
Têm de continuar a agir para salvar as suas peles políticas e duplicar a sua prodigalidade no jogo. Como podem explicar aos cidadãos europeus que esbanjaram 200 mil milhões de euros - provavelmente mais - para alimentar uma guerra por procuração contra a Rússia que resultou em mais de um milhão de soldados ucranianos mortos e milhões de refugiados a viver à custa de fundos públicos?
A canalha política europeia, impregnada de russofobia, foge à sua responsabilidade retratando histericamente a Rússia como uma ameaça para o resto da Europa. Precisam de o fazer para justificar a sua existência e a sua exigência de militarizar as economias europeias, promovendo uma agenda de guerra contra a Rússia.
Por isso, os Estados europeus começaram a emitir avisos aos seus cidadãos para que se abasteçam de reservas de emergência de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais. Os avisos estão desligados da realidade e têm um carácter orwelliano. A Rússia não é uma ameaça para os europeus. O Presidente russo, Vladimir Putin, tem repetidamente rejeitado esses receios e as afirmações estridentes de que Moscovo estaria preparada para atacar os Estados da NATO. O facto é que a Rússia se envolveu numa ação defensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022 para contrariar uma ofensiva da NATO que durava há décadas.
No entanto, eles precisam contar histórias assustadoras sobre bichos-papões russos a fim de justificar a militarização da UE, que, por sua vez, é considerada necessária como forma de sobrevivência de líderes políticos fracassados.
É, sem dúvida, um fator que explica porque a UE tomou recentemente a medida draconiana de proibir o acesso do público aos meios de comunicação social russos, incluindo este jornal on line. Os leitores europeus terão de utilizar servidores proxy da Internet se quiserem manter-se informados com informações e perspectivas mais exactas. Lá se vão os alardeados "valores" europeus de liberdade de expressão e de notícias independentes.
Para ser conciso, a propaganda da União Europeia é uma paródia absurda de uma era passada da Guerra Fria. Está repleta de mentiras e falsidades insustentáveis, que este jornal tem ajudado a revelar nos últimos anos. Veja-se, por exemplo, o nosso arquivo de editoriais semanais e os muitos temas que abordámos, expondo as mentiras da UE, da NATO e dos EUA. É por isso que estamos a ser banidos.
O líder britânico "Sir" Keir Starmer vestido com uniforme militar em manobras com as tropas, prometendo "combatê-los nas praias (do Mar Negro)" à la Winston Churchill, é uma representação da comédia britânica ultrapassada. Já o francês Emmanuel Macron, que promete "defender o resto da Europa" da "agressão russa" com armas nucleares francesas, é o teatro do absurdo.
As ilusões europeias são risíveis. No entanto, um tolo armado continua a ser um tolo perigoso.
Tradução: Resistir.info